NA MOSCA! #5 – explorando o Teatro Óptico de Émile Reynaud

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A dica dessa semana não tem nada a ver com uma notícia ou uma novidade. Mas se você ainda não conhece, não deixe de clicar! É um tour virtual sobre o Teatro Óptico de Émile Reynaud. O site, feito pela Cinématèque Française em 2009, é repleto de vídeos e imagens sobre o aparelho e está disponível em inglês e francês.

O Teatro Óptico, inventado por Reynaud em 1888, era um aparelho que possibilitava a projeção de imagens animadas. Era como uma mistura de lanterna mágica e praxinoscópio (que também tinha sido inventado por ele 11 anos antes). Em 1892, ele começou a exibir suas primeiras animações no Musée Grevin, em Paris: Pauvre Pierrot, Clown et ses chiens e Un bon bock. Foi só depois de cerca de 13 mil sessões, em 1900, que as Pantomimes Lumineuses de Reynaud pararam de ser exibidas.

musee grevin 1892

Musée Grevin em 1892, Paris.

O tour mostra o funcionamento do Praxinoscópio, do “Teatro Praxinoscópio” e, claro, do Teatro Óptico. É muito interessante ver de perto como são esses aparelhos… As tiras desenhadas do Teatro Óptico, por exemplo, tinham perfurações muito parecidas com as que a película de filme terá alguns anos depois. Olha só como funcionava:

emile reynaud

Projeção de lanterna mágica (para o cenário fixo), jogos de espelhos e as tiras flexíveis com imagens transparentes que mostram diferentes poses das personagens: é a partir desses elementos que o espetáculo é feito! Uma das principais conquistas do Teatro Óptico foi ir além da tira com um número limitado de imagens (como era no Zootrópio, Praxinoscópio etc., que eram brinquedos circulares, cujas imagens eram animadas em loop). As tiras do novo invento podiam ser longuíssimas! O loop não deixa de ser importante, claro (os filmes feitos para o Kinetoscope de Edison, por exemplo, são “circulares” – é só lembrar da Dança Serpentina), mas o comprimento indefinido das tiras de Reynaud permitiu que as animações pudessem ser mais longas.

No final do tour também é possível assistir a algumas animações e a algumas tiras de praxinoscópio:

praxinoscopio reynaud

Então essa foi a dica desta semana: clique aqui e aproveite o tour pelas invenções de Reynaud. Recomendo a opção guided tour!

Todas as dicas da semana podem ser vistas na série de posts na mosca.

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Uma resposta

  1. Que post excelente! Achei particularmente interessante o título “pantomimas luminosas”, que indica o parentesco com uma forma de atração. Lembrei, é claro de Gaspar Debureau (o grande artista do Funambules). Até onde sei, a pantomima “moderna” (para distinguir da praticada na Antiguidade) saiu da Itália e está ligada à Commedia dell’Arte. Depois parece ter migrado pra Inglaterra e só depois chegado à França. O macaco tocando um instrumento de corda também remete à prática da “singerie”, que tem toda uma história na França do século XVIII, ligada à decoração e ao estilo Rococó. Enfim, fiquei curioso com a motivação do título, ou seja, por que Pantomimas Luminosas? (quer dizer, “luminosas” eu até entendo, né? mas por que “pantomimas”?

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